Mortes de peixes-bois em Maceió geram alerta e acordo de proteção entre órgãos públicos para prevenir novos acidentes ambientais.

Morte de Peixes-Bois em Maceió Gera Alerta sobre Conservação da Espécie

A triste notícia da morte de três filhotes de peixes-bois na Praia da Sereia, em Maceió, no início de 2025, trouxe à tona uma questão alarmante sobre a preservação desse mamífero ameaçado de extinção. O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) realizou um estudo apontando que as circunstâncias das mortes podem estar ligadas às obras de duplicação da rodovia AL-101 Norte, que atravessa o habitat natural dos peixes-bois.

Os peixes-bois são considerados símbolos da conservação da costa dos corais em Alagoas, desempenhando um papel fundamental no equilíbrio ecológico marinho. As mortes alarmaram os órgãos governamentais e ambientais da região, levando a uma mobilização imediata visando proteger a espécie em perigo.

Em resposta, o Ministério Público Federal (MPF) firmou um acordo com diversas instituições para implementar medidas preventivas que assegurem a proteção dos peixes-bois durante a execução das obras. Essas medidas incluem a elaboração de protocolos de monitoramento da fauna local, a diminuição de ruídos e vibrações, além de uma fiscalização intensa diferida nas atividades de construção. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) e a Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) também participam dessas iniciativas.

O relatório do ICMBio revelou uma conexão clara entre as mortes dos filhotes e a duplicação da rodovia. Técnicas de estabilização do solo, como o Jet Grouting, foram identificadas como possíveis fontes de perturbação. Os ruídos e vibrações gerados por essas operações podem ter provocado o deslocamento das fêmeas de peixes-bois, levando, consequentemente, os filhotes ao encalhe.

Imagens de satélite analisadas mostraram uma movimentação intensa do solo na região nos dias que antecederam os incidentes, reforçando as preocupações com o impacto das obras no habitat local. O ICMBio salientou que a população de peixes-bois no estado, que representa a extremidade sul da distribuição da espécie, é o resultado de mais de 30 anos de esforços de reintrodução e deve ser protegida a todo custo.

A situação em Maceió é um alerta para a necessidade de equilibrar o desenvolvimento urbano com a conservação ambiental, um desafio que continua a exigir atenção e ação eficaz por parte das autoridades e da sociedade.

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