Os relatos dos desafios enfrentados por esses trabalhadores são chocantes, incluindo falta de alimentos, água e equipamentos adequados para trabalhar em ambientes hostis. O presidente do sindicato dos brigadistas do DF, Odair Trindade, destaca a falta de conhecimento sobre a rotina desses profissionais e ressalta a insalubridade do trabalho, seja na montanha, no Pantanal ou no Cerrado.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram monitorados 5404 focos de incêndio de janeiro a agosto deste ano. O sindicato dos brigadistas critica a falta de regulamentação da categoria e a precariedade dos contratos temporários.
A discussão sobre a diferença entre brigadistas florestais e bombeiros civis é outro ponto de destaque. Enquanto o sindicato dos brigadistas defende uma seleção rigorosa e específica para a categoria, o sindicato dos bombeiros civis sustenta que o trabalho dos brigadistas se enquadra na definição de bombeiros civis dada pela Lei nº. 11.901, de 2009.
A precariedade das condições de trabalho também é um ponto em comum entre os dois sindicatos, que denunciam baixos salários e falta de segurança. Apesar disso, o Instituto Chico Mendes e o Instituto Brasília Ambiental afirmam que oferecem benefícios como adicionais de insalubridade e periculosidade aos brigadistas.
A morte dos brigadistas Uellinton, Saulo e Gerci ressalta a importância do trabalho desses profissionais na proteção do meio ambiente. Suas vidas foram sacrificadas enquanto lutavam contra as chamas, em um cenário de perigo que precisa ser mais reconhecido e amparado pelas autoridades competentes. A sociedade deve valorizar e apoiar aqueles que se dedicam a manter nossas florestas e biodiversidade a salvo.