Mortes de brigadistas em incêndios revelam cenário perigoso na profissão: três vítimas em menos de cinco dias.

A morte de três brigadistas florestais em menos de cinco dias durante combate a incêndios expõe a dura realidade e alto risco enfrentados por esses profissionais. No dia 26 de agosto, o corpo carbonizado de Uellinton Lopes, brigadista do Distrito Federal, foi encontrado enquanto combatia um incêndio no Xingu. Dias antes, em 23 de agosto, Saulo Oliveira e Gerci Junior morreram tentando apagar o fogo em um pasto próximo a uma usina no interior de São Paulo.

Os relatos dos desafios enfrentados por esses trabalhadores são chocantes, incluindo falta de alimentos, água e equipamentos adequados para trabalhar em ambientes hostis. O presidente do sindicato dos brigadistas do DF, Odair Trindade, destaca a falta de conhecimento sobre a rotina desses profissionais e ressalta a insalubridade do trabalho, seja na montanha, no Pantanal ou no Cerrado.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram monitorados 5404 focos de incêndio de janeiro a agosto deste ano. O sindicato dos brigadistas critica a falta de regulamentação da categoria e a precariedade dos contratos temporários.

A discussão sobre a diferença entre brigadistas florestais e bombeiros civis é outro ponto de destaque. Enquanto o sindicato dos brigadistas defende uma seleção rigorosa e específica para a categoria, o sindicato dos bombeiros civis sustenta que o trabalho dos brigadistas se enquadra na definição de bombeiros civis dada pela Lei nº. 11.901, de 2009.

A precariedade das condições de trabalho também é um ponto em comum entre os dois sindicatos, que denunciam baixos salários e falta de segurança. Apesar disso, o Instituto Chico Mendes e o Instituto Brasília Ambiental afirmam que oferecem benefícios como adicionais de insalubridade e periculosidade aos brigadistas.

A morte dos brigadistas Uellinton, Saulo e Gerci ressalta a importância do trabalho desses profissionais na proteção do meio ambiente. Suas vidas foram sacrificadas enquanto lutavam contra as chamas, em um cenário de perigo que precisa ser mais reconhecido e amparado pelas autoridades competentes. A sociedade deve valorizar e apoiar aqueles que se dedicam a manter nossas florestas e biodiversidade a salvo.

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