Nascido em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar começou sua carreira em 1952 como cartunista na renomada revista Manchete. O pseudônimo que adotou foi sugerido por seu colega Borjalo, e logo se tornou sinônimo de um humor ousado e crítico. Durante a década de 1960, ele se destacou em veículos como Senhor, Pif-Paf, Última Hora e Tribuna da Imprensa, consolidando sua posição como um dos principais cartunistas do país.
O ponto alto da carreira de Jaguar veio em 1969, quando ele se tornou um dos fundadores do célebre jornal O Pasquim, uma publicação inovadora que desafiou a censura e a repressão do regime militar. Por mais de duas décadas, ele foi a única voz dos fundadores a permanecer ativo até o fechamento do jornal em 1991, enfrentando riscos pessoais, incluindo sua detenção em 1970, o que evidencia sua coragem e determinação.
Após o encerramento do Pasquim, Jaguar continuou a sua carreira como editor no jornal A Notícia e publicou obras memoráveis, como “Átila, você é bárbaro”, além de criar personagens como Sig, que se tornaram referência para várias gerações. Em 2008, recebeu uma indenização da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, como reconhecimento pelas perseguições que sofreu durante a ditadura.
Nos últimos meses de sua vida, Jaguar enfrentou problemas de saúde e esteve internado por três semanas no Hospital Copa D’Or, onde lutou contra uma pneumonia. A causa exata de sua morte ainda não foi divulgada.
O legado de Jaguar vai muito além de seus desenhos; ele representou uma resistência contra a censura e a opressão, utilizando o humor como uma poderosa ferramenta de crítica. Sua postura audaciosa e ética reverbera até hoje, inspirando novas gerações a valorizar a liberdade de expressão e a denúncia dos abusos de poder. Sua partida deixa um vazio, mas também a certeza de que seu impacto na cultura brasileira será eternamente lembrado.