Morre Haroldo Costa, ícone do carnaval carioca e jurado do Estandarte de Ouro, aos 95 anos, deixando legado de amor e respeito à cultura brasileira.

Neste sábado, o mundo do entretenimento brasileiro perdeu uma de suas figuras mais icônicas: o ator, diretor e comentarista de carnaval Haroldo Costa, que faleceu aos 95 anos. A notícia foi confirmada pela família, que anunciou a morte por meio das redes sociais do próprio artista e se comprometeu a divulgar detalhes sobre o velório e o sepultamento em breve. Haroldo Costa vinha enfrentando complicações de saúde que resultaram em internações recentes.

Haroldo foi um dos principais jurados do prêmio ‘Estandarte de Ouro’, um ícone do carnaval carioca que teve sua primeira edição em 1972. Este prêmio, que celebra a excelência das escolas de samba, se tornou parte essencial da cultura carnavalesca do Rio de Janeiro, assim como a própria trajetória do artista. Seu conhecimento profundo sobre a história das escolas de samba e sua paixão pelo carnaval contribuíram significativamente para a valorização desta festividade no país.

Marcelo de Mello, presidente do júri do Estandarte de Ouro, ressaltou a importância da presença de Haroldo no prêmio. Ele destacou que a credibilidade da premiação deve-se, em grande parte, a figuras renomadas como Costa, que sempre esteve à frente em contribuir para a cultura brasileira e as tradições do carnaval. As palavras de Mello refletem o respeito e a reverência que Haroldo despertava entre os colegas e amantes da folia.

Nascido em um ambiente humilde, Haroldo passou parte de sua infância em Maceió, onde teve contato com as tradições culturais locais. Ao voltar ao Rio de Janeiro, ingressou em uma trajetória que o levaria a se tornar um dos mais respeitados comentaristas de carnaval e a atuar em diferentes meios, incluindo televisão e literatura. Ele fez parte da equipe da TV Globo e se destacou tanto como ator quanto na direção de programas musicais.

Ao longo de sua vida, Haroldo Costa não apenas apaixonou-se pelo carnaval, mas também se tornou um defensor fervoroso da cultura afro-brasileira. Sua obra escrita incluiu livros que abordam a história das escolas de samba e a contribuição do samba para a cultura e identidade brasileira. No Salgueiro, escola com a qual teve uma ligação profunda desde 1963, ele deixou um legado ao promover e divulgar a riqueza do samba, além de ter sido sempre respeitado como uma voz de autoridade na defesa da cultura nacional.

Nas redes sociais, o Salgueiro fez questão de prestar uma homenagem emotiva a Haroldo, reconhecendo sua importância não apenas como um integrante da escola, mas como um verdadeiro guardião da história do samba. Com sua morte, o Brasil perde um intelectual, um pesquisador incansável, e um defensor ardoroso do carnaval e de suas raízes profundo e ricas. A Liga Independente das Escolas de Samba também lamentou a perda, destacando a contribuição de Haroldo ao samba e à cultura nacional. Com certeza, sua ausência será sentida e sua memória será eternizada nas páginas da história do carnaval.

Sair da versão mobile