Morre Bira, fundador do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal, ícone do samba carioca, aos 88 anos em decorrência de complicações de saúde.



Morre Bira, fundador do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal, aos 88 anos

A comunidade do samba brasileira se despediu de uma de suas maiores personalidades. Bira Presidente, um ícone do samba, faleceu na noite do sábado, 14 de outubro, no Rio de Janeiro. O músico, que tinha 88 anos, estava lutando contra as complicações de um câncer de próstata e sofria de Alzheimer.

Ubirajara Félix do Nascimento, conhecido como Bira, fez história ao fundar o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, um dos blocos de carnaval mais respeitados e influentes do Brasil. Seus esforços não apenas impulsionaram a tradição do samba, mas também ajudaram a transformar os encontros nas rodas cariocas em um movimento cultural vibrante. Como percussionista, cantor e compositor, Bira deixou uma marca indelével no cenário musical, tornando-se um verdadeiro símbolo do samba carioca.

Nascido em 23 de março de 1937 no bairro de Ramos, Bira cresceu profundamente influenciado pela música e cultura locais. Desde pequeno, suas experiências em rodas de samba com artistas renomados como Pixinguinha e Donga moldaram sua trajetória musical. A influência de sua mãe, uma mãe de santo da Umbanda, também desempenhou um papel vital na sua formação, amalgamando espiritualidade e música em suas celebrações familiares.

A fundação do Cacique de Ramos, em 1961, ocorreu em um momento de efervescência cultural. A proposta de unir pequenos blocos do bairro rapidamente se destacou, principalmente com as icônicas rodas de samba que passaram a ser realizadas em sua sede, carinhosamente chamada de “Doce Refúgio”. A presidência de Bira no Cacique tornou-se um marco, consolidando sua identidade como o “próprio Cacique”.

Na década de 1970, o grupo Fundo de Quintal emergiu das rodas de samba do Cacique de Ramos, trazendo nova sonoridade ao samba. Os ritmos inovadores e o uso de instrumentos como o tantã e o banjo revolucionaram a música. Bira foi fundamental nesse processo, contribuindo para composições memoráveis que ainda ressoam na memória do público.

Além de seus feitos musicais, Bira também era conhecido por sua generosidade e carisma, sempre promovendo a cultura de forma acessível. Como servidor público e pai dedicado, sua vida era marcada por uma constante busca pela valorização do samba e da cultura popular.

Bira deixa uma legião de admiradores, além de suas duas filhas, netos e uma bisneta. Seu legado persistirá e influenciará novas gerações de músicos e amantes do samba. O velório e o sepultamento serão anunciados pela família em breve, e a tristeza pela sua partida ecoa nas comunidades do samba por todo o Brasil.

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