Entretanto, as conversas entre Moro e esses partidos encontram barreiras significativas, especialmente a falta de acesso ao fundo partidário e ao espaço de tempo para propaganda eleitoral na televisão. Esses elementos são considerados decisivos para o ex-juiz, segundo pessoas próximas a ele.
O partido Missão já havia avançado com a pré-candidatura do advogado Luiz Felipe França ao governo do Paraná, mas, em conversas internas, membros da sigla admitem que uma candidatura de Moro seria priorizada, caso ele se disponha a disputar sem a infraestrutura do União Brasil. Além disso, o Missão estuda apoiar a candidatura ao Senado da jornalista Cristina Graeml, que também se filiou ao União Brasil a convite do próprio Moro.
Amauri Pinho, presidente do PRTB, revelou que mantém diálogos com Moro há cerca de dois meses, embora esteja na expectativa de que o senador resolva sua situação com o União Brasil. Pinho expressou respeito pela trajetória de Moro e reafirmou a disposição do partido para o diálogo.
A situação do ex-juiz, no entanto, se complica ainda mais com a decisão do PP de vetar sua candidatura. Este obstáculo provém, em parte, da influência do deputado federal Ricardo Barros, que é crítico da operação Lava Jato e tem laços diretos com o diretório estadual do PP, presidido por sua filha, Maria Victoria. Sua resistência é um dos principais fatores que dificultam o avanço da candidatura de Moro.
Outros partidos de direita também estão se afastando do ex-juiz. O Podemos, que abrigou sua candidatura presidencial em 2022, e os Republicanos entregaram seus diretórios no Paraná a adversários de Moro. O Novo, que fez uma tentativa de filiação em 2023, acabou se alinhando à base do governador Ratinho Jr., que não está interessado em manter alianças com o senador. O PL de Jair Bolsonaro, por sua vez, já planeja lançar o deputado Filipe Barros ao Senado na chapa apoiada por Ratinho.
Por enquanto, Moro sustenta a posição de que é candidato ao governo pelo União Brasil. Em sua comunicação recente nas redes sociais, ele criticou os “vetos e imposições arbitrárias” e reafirmou sua candidatura, citando um apoio prévio do PP. Contudo, dirigentes do PP no Paraná argumentam que Moro teve tempo suficiente para formar alianças e não obteve sucesso, razão pela qual a candidatura não será homologada. O jogo político continua a se desenrolar, com as possibilidades e alianças cada vez mais incertas.
