Essa nova fase da investigação tem raízes em acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra Moro. Em uma apuração prévia à Lava-Jato, Garcia alega que foi coagiado pelo então juiz a realizar gravações clandestinas de terceiros, uma afirmação que Moro refuta categoricamente.
A defesa de Moro emitiu uma nota ressaltando que não houve qualquer irregularidade na condenação de Garcia, que data de quase duas décadas. Garcia foi condenado por apropriação de recursos do Consórcio Garibaldi. A defesa também citou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que, segundo eles, não encontrou motivos para que o STF atuasse no caso, uma vez que não se investiga, neste inquérito, ações atribuídas a Moro enquanto senador ou ministro.
É importante lembrar que a 13ª Vara Federal de Curitiba já esteve sob investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em junho do ano passado, um relatório aprovado pelo CNJ levantou sérias suspeitas de peculato, corrupção e prevaricação envolvendo alguns magistrados e procuradores que participaram da Lava-Jato. O documento, elaborado pelo então corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, indicou possíveis desvios de recursos públicos e apurações de articulações entre juízes e membros do Ministério Público, o que resultou em práticas inadequadas por parte dos envolvidos.
Esses desdobramentos significam que a Lava-Jato, frequentemente considerada um marco na luta contra a corrupção no Brasil, ainda reverbera de forma controversa, levantando questões sobre a integridade dos processos judiciais e a conduta de atores envolvidos na operação. A reação de Moro e a movimentação do STF refletem um cenário jurídico tumultuado, que promete desdobramentos adicionais à medida que as investigações se aprofundam.









