Moraes reabre inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF, ampliando investigações sobre desinformação e possíveis crimes durante seu governo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retornou ao exame do inquérito que investiga a possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF), seguindo um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Este movimento vem à tona em um momento em que Bolsonaro enfrenta várias investigações por crimes diversos, incluindo a tentativa de golpe de Estado, espionagem e a disseminação de desinformação.

A reabertura do inquérito visa integrar dados relacionados a investigações que apuram ações de ataque ao sistema eleitoral e à democracia. De acordo com informações recentes, a PGR manifestou interesse em conectar esta investigação com outra que analisa uma suposta organização criminosa que utilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) para disseminar informações falsas.

O inquérito origina-se de denúncias feitas em 2020 pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que alegou pressões de Bolsonaro para substituir o superintendente da PF no Rio de Janeiro e demitir Maurício Valeixo. À época, a PF concluiu que não houve crime, mas a PGR agora busca reavaliar o caso, que já fora anteriormente pedido ao arquivamento.

Não é a primeira vez que Bolsonaro e sua família se veem no epicentro de investigações. Recentemente, o ex-presidente foi indiciado por suspeitas relacionadas a luxuosas joias recebidas do governo da Arábia Saudita, que não foram contabilizadas como patrimônio público. A PF também apurou possíveis investigações de espionagem durante seu mandato, onde há indícios de que uma organização criminosa teria invadido dispositivos eletrônicos de terceiros.

Outro aspecto que agrava a situação do ex-presidente são as investigações em andamento acerca de sua conduta relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023. Uma publicação feita por ele logo após as invasões à sede dos Três Poderes está sendo analisada como possível incitação aos atos violentos, embora Bolsonaro tenha alegado que a postagem foi um erro.

Além disso, o ex-presidente enfrenta investigações relacionadas à sua gestão durante a pandemia de COVID-19, incluindo declarações temerárias sobre vacinas e a divulgação de dados sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de o arquivamento de algumas dessas investigações ter sido solicitado pela PGR, o ministro Moraes optou por mantê-las ativas, mostrando que o ex-presidente continuará sob o olhar atento da Justiça. Essa complexa rede de apurações leva a um clima de incerteza e expectativa sobre o desenrolar do cenário político e judicial no Brasil.

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