A determinação de Moraes visa assegurar que todo o trâmite ocorra conforme os termos do tratado de extradição celebrado entre Brasil e Estados Unidos. De acordo com as informações fornecidas pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, Ramagem conseguiu deixar o Brasil pela fronteira com a Guiana, utilizando um passaporte diplomático que lhe permitiu adentrar os Estados Unidos.
As investigações da PF revelaram que a fuga de Ramagem se deu de maneira planejada, e agora a instituição está tomando medidas para reforçar sua segurança em relação ao uso indevido de passaportes diplomáticos. Rodrigues afirmou que está em análise a implementação de bloqueios nos sistemas da PF e da Interpol para prevenir futuras situações semelhantes. Contudo, o cancelamento de passaportes diplomáticos ainda é competência do Ministério das Relações Exteriores.
A fuga de Ramagem ocorreu em um contexto delicado, já que o parlamentar estava sendo julgado pelo STF em um caso que envolvia tentativas de golpe de Estado, ao lado de figuras proeminentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis co-réus, sendo todos eles condenados por sua participação em atos contra a democracia. Ramagem, especificamente, recebeu uma sentença de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por envolvimento em organização criminosa e por abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Esse episódio destaca a complexidade do sistema de justiça e segurança no Brasil, ao mesmo tempo em que levanta questões sobre as brechas existentes que permitiram que um legislador, com sérios problemas legais, fugisse para o exterior. O desfecho deste caso poderá ter implicações significativas tanto no âmbito político quanto no jurídico, levantando discussões sobre a segurança e os protocolos em relação a figuras públicas envolvidas em atividades criminosas.
