Moradores do Sul do Líbano retornam para casa em meio a violações do cessar-fogo e condições precárias após intensos bombardeios israelenses.

Apesar da recente implementação de um cessar-fogo entre Israel e os grupos armados no sul do Líbano, a situação na região permanece crítica. Milhares de moradores, especialmente aqueles que vivem em vilarejos próximos à fronteira israelense, estão voltando para suas casas, mesmo diante das contínuas violações do acordo de trégua. A decisão de retornar é impulsionada por um desejo desesperado de retomar a normalidade após semanas de deslocamento forçado.

A vila de Majdal Selem, situada a apenas 10 quilômetros da linha de fronteira, ilustra bem a devastação causada pelos bombardeios israelenses nas últimas semanas. A estrutura da principal mesquita local e a maioria das residências foram severamente danificadas, deixando os moradores sem abrigo. Em um relato alarmante, a Defesa Civil local informou que, embora o cessar-fogo estivesse em vigor, drones israelenses ainda patrulhavam o céu e houve ataques a veículos nas proximidades, resultando em ferimentos a civis.

O Exército israelense emitiu alertas para os moradores das vilas do sul do Líbano, aconselhando-os a evitarem a região até novo aviso. Além disso, foi imposto um toque de recolher que proíbe qualquer movimentação durante a noite, intensificando a sensação de insegurança na área. As principais rodovias do Líbano foram congestionadas por dias, à medida que as famílias tentavam retornar a seus lares.

Um morador da área, identificado como Zahwi, compartilhou suas experiências e os horrores vividos. Ele expressou sua gratidão por ter uma casa ainda de pé, enquanto lamentava a perda de seu irmão, cuja residência de três andares foi completamente destruída. As condições de vida são extremamente precárias, com falta de eletricidade e aquecimento, e os moradores enfrentam oss desafios diários em meio à destruição generalizada.

Mesmo após os horrores enfrentados nos últimos dois meses, muitos preferem retornar a seus lares. A experiência de viver em abrigos temporários e a difícil jornada até Beirute, que muitas vezes levava entre 15 a 20 horas, fez com que a ideia de voltar para casa se tornasse mais atrativa, apesar dos riscos. A realidade é marcada pela incerteza e pelo medo, mas a esperança de reconstrução ainda brilha nas mentes dos libaneses que enfrentam essa nova fase desafiadora em suas vidas.

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