Moradores do Complexo da Penha Vasculham Mata em Busca de Corpos Após Megaoperação Policial no Rio de Janeiro

No Complexo da Penha, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, os moradores têm se mobilizado para buscar os corpos de pessoas que, tragicamente, perderam suas vidas durante uma operação de segurança pública que ocorreu na manhã de quarta-feira (29). Essa operação, considerada uma das mais letais da história na região, gerou uma série de confrontos intensos entre grupos armados e as forças de segurança.

Os residentes da área, sem qualquer acompanhamento oficial de bombeiros ou policiais, têm se aventurado em uma região conhecida como Pedreira, onde já foram retirados os corpos de dois homens. A situação é alarmante, uma vez que a busca se desenrola em um terreno íngreme e de mata densa, o que dificulta ainda mais os esforços da comunidade.

Os esforços dos moradores resultaram em 72 corpos sendo levados para a Praça São Lucas, uma das principais vias locais, durante a madrugada e manhã subsequente à operação. De acordo com relatos, todos os corpos encontrados pertencem a homens e estavam localizados na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, ponto crítico onde os confrontos entre policiais e traficantes se intensificaram.

Autoridades, incluindo o governador Cláudio Castro, caracterizaram a operação como um “sucesso”, insistindo que apenas os quatro policiais mortos deveriam ser considerados vítimas desse trágico evento. No entanto, a comunidade local vive uma realidade diferente e clama por respostas sobre as mortes que não se encaixam nessa narrativa oficial.

A situação se torna ainda mais crítica, pois o Instituto Médico-Legal no centro da cidade foi temporariamente fechado para realizar as necrópsias dos falecidos durante a megaoperação, deslocando o atendimento aos familiares para um posto do Detran nas proximidades. O clima de indignação e incerteza paira sobre a comunidade, que se vê em uma busca desesperada por justiça e esclarecimento diante de um panorama repleto de mortes e dor.

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