Diante da notificação, Andréa procurou a Defesa Civil para esclarecer sua situação, mas não conseguiu falar com o coordenador do órgão. Angustiada, ela relata que a pressão por parte dos representantes da Braskem foi intensa, incluindo anúncios de que a decisão já estava tomada, sem que ela tivesse tido a oportunidade de se defender legalmente.
A moradora fez um apelo público, gravando um vídeo onde expõe sua indignação. Andréa disse ter recebido muitas ameaças durante o processo, inclusive de um advogado e de funcionários da Braskem, que apresentaram um documento que ela classifica como irregular.
Em função do que considera uma ilegalidade, ela destacou que existe um processo em andamento na Justiça, o que, segundo suas alegações, deveria ter impedido qualquer ação de demolição. “Não recebi nenhuma indenização, então a Braskem não tem direito sobre a minha propriedade. Eu sou a legítima dona e fui tratada da pior maneira”, enfatizou.
Na última sexta-feira, Andréa registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia e planeja abrir um inquérito policial. Em resposta, a Defesa Civil alegou que a demolição foi solicitada por questões de segurança, devido a rachaduras no imóvel e sua proximidade com outro edifício que está sendo demolido. O órgão também destacou que suas ações são parte de um plano de realocação estabelecido para a área.
Esta situação expõe não apenas a fragilidade do processo de realocação no Pinheiro, mas também levanta questões sobre os direitos dos moradores frente a grandes empresas e as autoridades municipais. O caso continua a gerar repercussão na comunidade, que observa atentamente as medidas que serão tomadas tanto pela defesa da moradora quanto pelas instituições responsáveis.