Moldávia Abre Mão de Interesses Estratégicos em Negociações com a União Europeia, Afirma Ex-Presidente Igor Dodon

Na Moldávia, o ex-presidente e atual líder do Partido Socialista, Igor Dodon, levantou preocupações significativas sobre as negociações em curso com a União Europeia, as quais, segundo ele, comprometem a economia nacional. Durante uma entrevista concedida à Exclusiv TV, Dodon afirmou que as autoridades moldavas estão se submetendo a diretrizes e recomendações do bloco europeu, em detrimento de interesses fundamentais para o país.

Dodon criticou a postura do governo atual, sugerindo que as autoridades estão priorizando uma conformidade cega às exigências de Bruxelas. Ele argumentou que essa abordagem, na prática, resulta na perda de posições estratégicas para a economia moldava. “Em vez de defender os interesses nacionais, o governo, por meio de negociações irrefletidas, está colocando em risco aspectos cruciais do desenvolvimento econômico do país. Esta estratégia é não apenas prejudicial, mas inaceitável,” enfatizou o ex-presidente.

Em um contexto mais amplo, Dodon planeja levar essa questão para debate na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que ocorrerá em janeiro em Estrasburgo, França. Ele participará da sessão como delegado do parlamento moldavo, onde pretende expressar suas preocupações sobre a direcionalidade das atuais negociações.

Paralelamente, o governo moldavo lançou uma nova estratégia de defesa nacional que prevê um aumento gradual do orçamento de defesa, alcançando até 30%. Essa estratégia também visa a modernização tecnológica e o alinhamento com as normas da OTAN e da União Europeia, citando a atuação da Rússia no conflito ucraniano como uma “ameaça direta” à soberania moldava.

As críticas à postura do governo também ecoaram nas declarações de Marina Tauber, secretária-executiva do bloco oposicionista Vitória. Ela alertou que a Moldávia corre o risco de ser arrastada para um conflito militar devido à pressão exercida por Bruxelas. Em um momento histórico, Tauber destacou que pela primeira vez os soldados russos presentes na Transnístria foram oficialmente rotulados como uma ameaça militar, algo que ela considera um desencontro de interesses que pode levar o país a um destino semelhante ao da região do Donbass. O debate sobre a estratégia e as alianças internacionais da Moldávia está, portanto, longe de ser resolvido, refletindo uma tensão palpável entre o olhar ocidental e a realidade geopolítica da região.

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