As autoridades regionais de Bengasi alegaram que a missão não cumpriu os protocolos de entrada e permanência para diplomatas estrangeiros. Ao chegar, os integrantes da delegação foram informados de que deveriam deixar o território líbio, sendo considerados “personae non gratae”. Essa hostilidade aponta para as complexas dinâmicas políticas que cercam a Líbia, um país ainda em busca de estabilidade desde a queda do regime de Muammar Kadafi, em 2011.
Os ministros haviam origem em um voo de Trípoli, onde se reuniram com representantes do governo de unidade nacional, reconhecido pela ONU e apoiado pela maioria da comunidade internacional, sob a liderança do primeiro-ministro interino Abdel Hamid Dbeibah. No entanto, o leste da Líbia opera sob um governo paralelo que não reconhece a autoridade de Dbeibah, sendo dirigido por Osama Hammad e sob o controle efetivo do marechal Khalifa Haftar.
De acordo com fontes italianas, o incidente se deu devido a uma “incompreensão protocolar”. Essas fontes enfatizaram que o problema não estava relacionado com a parte italiana da delegação e nada tinha a ver com as relações bilaterais entre a Itália e a Líbia. Em resposta à situação, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, expressou a intenção de se reunir com o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, o mais breve possível, para esclarecer os detalhes do ocorrido.
Esse acontecimento destaca não apenas os desafios da diplomacia europeia na região, mas também a fragilidade do ambiente político líbio, onde a falta de consenso e os conflitos de poder entre diferentes facções continuam a complicar a busca por soluções duradouras para crises que afetam tanto a região quanto a Europa.