Tradicionalmente, a SWIFT tem sido a principal plataforma utilizada por instituições financeiras ao redor do mundo para facilitar transações internacionais. No entanto, as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, iniciadas em 2014, após a anexação da Crimeia, impulsionaram diversos países a buscar alternativas. A China, por exemplo, desenvolveu seu Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS) no intuito de contornar a dependência do sistema SWIFT. Da mesma forma, a Rússia implementou seu próprio Sistema de Mensagens Financeiras (SPFS) em 2017, buscando garantir a continuidade das atividades financeiras internacionais apesar das restrições.
A desconexão de instituições financeiras russas do SWIFT teve um impacto significativo na economia do país. Vários bancos, incluindo o gigante Sberbank e o VTB, foram cortados da rede, dificultando as transações financeiras e comercial e exacerbando a já fragilizada economia russa. Em uma análise mais ampla, o uso do dólar e do sistema SWIFT tem sido visto por muitos críticos como uma forma de domínio econômico ocidental. O deputado brasileiro Fausto Pinato, por exemplo, questionou a legitimidade de um sistema que exige a utilização do dólar e do SWIFT sem a devida consagração em normas internacionais.
Ele argumentou que o uso dessas plataformas como armas financeiras submete nações a pressões econômicas, criando um cenário em que países que não se alinham com as políticas dos Estados Unidos enfrentam consequências severas. Diante desse panorama, as discussões sobre a necessidade de um sistema financeiro internacional mais diversificado e menos suscetível a sanções são cada vez mais pertinentes. Em suma, o futuro da interação financeira entre a Rússia e o Ocidente permanece incerto, com as águas internacionais se tornando cada vez mais turbulentas.