Logo no início de sua gestão, Boulos recebeu líderes importantes de movimentos trabalhistas, como JR Freitas, do Movimento dos Trabalhadores Sem Direito, e Nicolas Santos, da Aliança Nacional dos Entregadores. Essas reuniões visam a formação de um grupo de trabalho que se dedicará a discutir políticas públicas voltadas para os motoboys, abordando questões como um piso salarial e a transparência dos algoritmos usados pelas plataformas de delivery, como o iFood.
Boulos enfatizou a importância deste tema, destacando que existem cerca de 3 milhões de trabalhadores atuando por meio de aplicativos em todo o Brasil, muitos dos quais enfrentam condições de trabalho precárias e inseguras. Ele reafirmou o compromisso de tratar essas questões com prioridade, em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo presidente Lula.
Nos próximos dias, espera-se a publicação de uma portaria que formalizará a criação do grupo de trabalho, em parceria com o Ministério do Trabalho e representantes da Justiça do Trabalho. Essa iniciativa é uma continuação do trabalho de Boulos, que já havia apresentado um projeto de lei visando melhorar as condições e a remuneração dos entregadores, embora a expectativa em relação à sua tramitação seja cautelosa.
Durante as assembleias, os líderes dos motoboys expressaram sua satisfação com a abertura para diálogo promovida por Boulos, em contraste com a postura anterior do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que recebeu críticas por priorizar a visão de sindicatos tradicionais. Para Freitas, Boulos demonstra compreensão das novas dinâmicas do mundo do trabalho, enquanto muitos sindicalistas permanecem anacrônicos.
A relação dos motoboys com a política atual se intensificou em São Paulo, em meio a batalhas judiciais sobre o serviço de mototáxi por aplicativo, proibido por um decreto municipal. Freitas emergiu como uma figura proeminente ao se opor à restrição imposta pelo prefeito Ricardo Nunes, promovendo a regulamentação da atividade.
Essa crescente atenção à pauta dos entregadores, além das interações entre diferentes partidos, revela um contexto em que os trabalhadores buscam apoio de quem apresenta soluções concretas, independentemente de questões ideológicas. Santos, da Frente Nacional dos Entregadores, reforçou essa tendência, notando que o apoio a candidatos é frequentemente baseado em propostas práticas que vão ao encontro das necessidades da categoria. A mobilização deste público deve ser um componente essencial para as estratégias políticas nas eleições que se aproximam.







