Durante a entrevista, Gilmar Mendes destacou que, em casos de crimes contra o Estado de Direito e a democracia, os atos preparatórios já são criminalizados, pois, se o crime for bem sucedido, ele se complementa e acaba por comprometer o próprio Estado de Direito. O ministro enfatizou a importância de compreender o contexto em que tais atos ocorreram, ressaltando a gravidade das ações que foram planejadas.
Além disso, Gilmar Mendes apontou para elementos concretos que respaldam as investigações da Polícia Federal, citando documentos impressos em impressoras do Palácio do Planalto e comunicações entre os envolvidos. O ministro salientou que as ações planejadas iam muito além de atos preparatórios, consistindo em medidas extremamente graves que envolviam a possibilidade de crimes como assassinato do presidente da República eleito e do vice-presidente eleito, entre outros.
Diante da operação da Polícia Federal que precedeu o indiciamento do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro tentou argumentar que o planejamento de um assassinato não constitui crime, alegando que, para haver tentativa, a execução do ato precisa ser interrompida por uma situação alheia à vontade dos agentes. No entanto, as declarações do ministro Gilmar Mendes mostram a gravidade das investigações em curso e a consistência dos elementos coletados.
Portanto, as declarações de Gilmar Mendes evidenciam a seriedade das investigações em andamento e a importância de se analisar de forma criteriosa os fatos apresentados para a devida apuração e responsabilização dos envolvidos. A entrevista concedida pelo ministro do STF trouxe à tona um debate crucial sobre a preservação do Estado de Direito e da democracia diante de eventuais ameaças e crimes cometidos contra os pilares fundamentais da sociedade.