Segundo o ministro, os depoimentos prestados pelos ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior confirmam as suspeitas de que Bolsonaro estaria conspirando contra a democracia. Mendes ressaltou que as investigações em andamento comprovam de forma concreta os planos golpistas do ex-presidente, afastando qualquer dúvida sobre as intenções do político.
O plano de prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, elaborado por aliados de Bolsonaro, também foi alvo das críticas do ministro Gilmar Mendes, que classificou a ideia como “chocante”. Ele ainda apontou os ex-ministros Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira como figuras centrais nas articulações golpistas, com Torres sendo descrito como o “consultor jurídico” dos planos nefastos.
A descoberta de uma minuta de intervenção federal no Tribunal Superior Eleitoral na casa de Torres, ainda que esse negue ser o autor do documento, e as declarações de Nogueira sobre instrumentalização das Forças Armadas para questionar o processo eleitoral foram citadas por Mendes como evidências das conspirações em curso.
Além disso, o ministro do STF descartou a possibilidade de anistia para os envolvidos nas articulações golpistas, argumentando que tal ideia é inaceitável. Ele também alertou para a importância de se criar instrumentos que evitem a militarização da política, garantindo que a Constituição não permite interpretações que favoreçam a intervenção das Forças Armadas como Poder Moderador, e ressaltou a necessidade de se manter a institucionalidade do país.
Diante desses desdobramentos, Mendes fez um alerta contundente: o Brasil esteve à beira de um golpe, o que poderia ter consequências desastrosas para a democracia e a estabilidade do país. Portanto, é fundamental que medidas sejam tomadas para impedir que a militarização da política se torne uma realidade, preservando assim o Estado de Direito e as instituições democráticas.