Ministro do STF suspende direito de visitas a tenente coronel envolvido em plano de golpe de Estado junto a Bolsonaro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão drástica nesta sexta-feira, 30, ao suspender o direito de visitas ao tenente coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo. A medida foi tomada após a irmã do militar tentar entregar-lhe uma caixa de panetone, que na verdade escondia um fone de ouvido.

Azevedo, que está preso e indiciado pela tentativa de golpe de Estado, foi capturado durante a chamada Operação Contragolpe. Nesse contexto, ele acabou sendo indiciado por diversos crimes, como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 38 aliados.

A tentativa de visita frustrada ocorreu no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde Azevedo está detido. O detector de metais apitou quando a caixa de panetone passou por ele, revelando a presença do fone de ouvido. Além disso, foram encontrados um cabo USB e um cartão de memória no interior da caixa, que foram apreendidos pelas autoridades.

O general de Divisão Ricardo Piai Carmona, comandante militar do Planalto, alertou Moraes sobre a alteração na visita ao tenente-coronel. A irmã de Azevedo, Dhebora Bezerra de Azevedo, foi impedida de visitar o irmão após a tentativa frustrada.

De acordo com informações da Operação Contragolpe, Azevedo, conhecido como ‘kid preto’, participou de ações clandestinas planejadas por aliados de Bolsonaro para prender e executar Moraes. A operação, chamada de ‘Copa 2022’, foi abortada no último momento, depois que o STF adiou a votação que resultou na derrubada do orçamento secreto.

A Polícia Federal apontou que a missão, que envolveu até viaturas oficiais da Força, foi articulada em uma reunião na residência do ex-ministro da Defesa Braga Netto, também preso por suposto envolvimento no golpe de Estado. Os ‘kids pretos’ que participaram da ação tinham um grupo no aplicativo Signal, onde discutiam estratégias. Azevedo, que era referido como ‘Brasil’, tinha cargo de major de Infantaria e integrava o Comando de Operações Especiais.

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