A decisão de Zanin foi justificada como uma forma de “imprimir a necessária economia processual e evitar uma futura redistribuição”. A Procuradoria-Geral da República (PGR) discordou do impedimento, alegando que as razões apresentadas pela defesa eram genéricas e subjetivas.
Mesmo diante do parecer da PGR, Zanin optou por abrir mão da relatoria do processo, ressaltando que o impedimento se aplicava exclusivamente àquele caso específico. Em sua explicação, ele afirmou que, apesar da manifestação da PGR, considerava válido acolher os argumentos apresentados pela defesa que justificavam seu impedimento.
A condenação de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho do ano passado, por desacreditar as urnas eletrônicas em uma reunião no Palácio do Alvorada, levou o ex-presidente a recorrer em diversas instâncias. O recurso no STF representava a última oportunidade de anular a condenação, porém, as chances de sucesso eram consideradas remotas.
O cenário desfavorável para Bolsonaro contava com a presença no plenário do STF de dois ministros que votaram pela cassação de seus direitos políticos no TSE: Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Além disso, historicamente, o Supremo costuma respeitar as decisões da Justiça Eleitoral.
Diante desses fatos, a redistribuição do caso de Bolsonaro no STF será aguardada com expectativa, enquanto o ex-presidente permanece lutando para reverter a condenação que o deixou inelegível.