Ministro do STF permite comunicação entre tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, mas impõe restrições e suspende registros de armas

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tomou uma decisão que permite que o tenente-coronel Mauro Cid retome as comunicações com seu pai, Mauro Lourena Cid. No entanto, algumas restrições foram impostas a Cid, como a proibição de deixar o Brasil, entrar em redes sociais e a suspensão dos registros de armas de fogo em seu nome.

Essa decisão ocorreu depois que o general Lourena Cid, pai de Mauro, foi investigado por sua participação na venda de joias e relógios recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Até o dia 20 de agosto, o general tinha visitado o filho várias vezes na prisão, porém, Moraes proibiu essas visitas.

Entre as condições estabelecidas por Moraes estão: a proibição de Cid sair da Comarca e a imposição de recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana, com o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, Cid deve se apresentar perante o Juízo da Execução da Comarca de origem em até 48 horas e comparecer semanalmente às segundas-feiras. O investigado também não pode deixar o país e precisa entregar todos os seus passaportes em até 5 dias.

Outra medida tomada foi o cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome de Mauro Cid. Além disso, ele teve suspensos quaisquer documentos que permitam o porte de arma de fogo, bem como quaisquer Certificados de Registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça. Ele também está proibido de usar redes sociais e de se comunicar com os demais investigados, exceto sua esposa, filha e pai.

Apesar das restrições, Moraes concordou com o argumento da defesa de que pai e filho já prestaram depoimentos à Polícia Federal, permitindo que eles voltem a se comunicar. No entanto, a proibição de contato com os outros investigados continua valendo.

Mauro Cid foi preso em maio deste ano durante uma operação que investiga fraudes na vacinação contra a Covid-19. Já seu pai, o general Mauro Lourena Cid, teve um mandado de busca e apreensão cumprido em sua residência no final de agosto. Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu que o general ajudou a vender as joias nos Estados Unidos e também atuou para recomprá-las quando o Tribunal de Contas da União ordenou que Bolsonaro as devolvesse.

Vale ressaltar que Mauro Cesar Lourena Cid foi colega do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a época em que ambos eram cadetes na Academia Militar de Agulhas Negras, na década de 1970.

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