Ministro Dias Toffoli anula atos da Lava-Jato contra Marcelo Odebrecht por conluio entre MP e Moro; delação premiada continua válida.

Na última terça-feira, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), causou polêmica ao anular todos os atos praticados na Operação Lava-Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht. A decisão foi baseada em um suposto conluio entre o Ministério Público e o então juiz Sergio Moro, que teria prejudicado o empresário. A delação premiada de Marcelo Odebrecht, no entanto, continua válida.

A determinação de Toffoli inclui a anulação de todos os atos praticados contra o empresário, desde os realizados por Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba até os da antiga força-tarefa da Lava-Jato. Com isso, todas as investigações contra Marcelo Odebrecht foram trancadas.

A decisão de Toffoli gerou várias perguntas, dentre elas a respeito do impacto no acordo de delação premiada firmado por Marcelo Odebrecht. O ministro esclareceu que a declaração de nulidade dos atos não implica na invalidez do acordo de colaboração, desde que este tenha sido efetivo e produzido os resultados almejados.

Além disso, a anulação baseou-se em mensagens apreendidas na Operação Spoofing, que investigou a invasão das contas de membros do Ministério Público Federal. Toffoli argumentou que as mensagens apreendidas demonstram um conluio entre procurador e magistrado para prejudicar Marcelo Odebrecht, o que violaria seus direitos fundamentais.

Os diálogos citados na decisão revelam conversas comprometedoras entre membros da força-tarefa da Lava-Jato, sugerindo medidas extremas para pressionar o empresário e sua família. A decisão de Toffoli levanta questionamentos sobre a validade das condenações baseadas na delação de Marcelo Odebrecht, já que os delatados podem alegar vício na origem das provas.

Diante disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode recorrer da decisão de Toffoli, levando o caso para ser avaliado pela Segunda Turma ou pelo plenário do STF. A polêmica decisão do ministro certamente terá desdobramentos e continua a gerar debates acalorados no cenário político e jurídico do país.

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