De acordo com Vieira, a proposta para a reunião partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula deverá enviar o seu assessor especial, Celso Amorim, para representá-lo no encontro. Apesar do ceticismo em relação à resolução imediata do conflito, Vieira destacou a importância do diálogo entre os dois países, especialmente considerando a relevância de ambos para o Brasil.
As declarações foram feitas por Mauro Vieira na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, onde foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a agenda internacional do Brasil. O requerimento partiu de deputados, no entanto nenhum deles compareceu à sessão.
A reunião entre Nicolás Maduro e Mohamed Irfaan Ali está marcada para acontecer em São Vicente e Granadinas, com o representante do governo brasileiro sendo o assessor-especial da Presidência, Celso Amorim.
Com o aumento das tensões entre Venezuela e Guiana, o governo brasileiro tem se mobilizado militarmente e intensificado seus contatos diplomáticos, buscando mediar a disputa pela região do Essequibo e exercer um papel de liderança regional.
O Brasil compartilha quase 800 km de fronteira com o Essequibo, principalmente no estado de Roraima, na Região Norte. O Exército brasileiro anunciou um reforço militar na região, intensificando a ação de presença da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, composta por quase 2 mil militares, para missões de vigilância e proteção do território nacional.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi categórico ao afirmar que não será permitido “em hipótese nenhuma” a invasão da Guiana pela Venezuela via território brasileiro.
Diante desse cenário delicado, a comunidade internacional aguarda com expectativa os desdobramentos dessa reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana, em meio a um contexto de crescente tensão na região.