Ministro das Relações Exteriores afirma que classificação do Hamas como grupo terrorista pela ONU seria sem êxito



O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu a posição do governo brasileiro de não classificar o Hamas como grupo terrorista. Durante uma sessão do Conselho de Relações Exteriores do Senado, ele explicou que o Brasil adota a classificação do Conselho de Segurança da ONU para designar entidades terroristas, e o Hamas não está incluído nessa lista.

Vieira foi questionado pelo senador Carlos Viana, presidente do Grupo de Amizade Brasil-Israel, sobre o motivo pelo qual o Brasil não propõe uma mudança na classificação do Hamas na ONU, já que o país está atualmente presidindo o Conselho de Segurança. O ministro respondeu que a proposta não seria aprovada devido à oposição da Rússia e da China, que são membros permanentes do Conselho de Segurança.

Ele explicou ainda que qualquer linguagem mais dura no Conselho de Segurança não seria aceita pelos demais membros e não estaria de acordo com a classificação atual. “O senhor pode dizer que é um absurdo, mas reflete a situação atual do Conselho de Segurança, daí vem nossa posição tradicional há mais de 30 anos”, afirmou o ministro.

Vieira ressaltou que o Hamas é um partido político que tem um lado administrativo e um braço armado, mas nem a organização como um todo, nem as brigadas foram consideradas organizações terroristas pelo Conselho de Segurança da ONU até agora. Portanto, o Brasil segue essa orientação.

Durante a audiência no Senado, o chanceler também falou sobre a derrota do Brasil no Conselho de Segurança. O país havia proposto uma resolução condenando os atos terroristas do Hamas e defendendo o fim dos ataques à população civil em Gaza. No entanto, a resolução foi vetada pela embaixadora americana na ONU, Linda Thomas Greenfield, por não mencionar o direito de Israel de se defender do Hamas.

Vieira aproveitou a ocasião para reiterar a necessidade de reformar a ONU. Ele argumentou que a atual composição do Conselho de Segurança não reflete mais a realidade do mundo atual e defendeu uma maior participação de países importantes e relevantes. Segundo o chanceler, a situação atual no Oriente Médio demonstra a necessidade de uma governança internacional diferente.

O governo brasileiro indicou que está disposto a voltar a articular uma nova proposta de resolução do Conselho de Segurança, que busque aliviar a situação humanitária e contribuir para a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo com Israel em paz e segurança. O país também manifestou preocupação com o risco do conflito se espalhar para outros países da região, onde há milhares de brasileiros vivendo.

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