Ministro da Previdência e senador Moro trocam acusações sobre fraudes no INSS em audiência tumultuada na Comissão de Fiscalização do Senado

Na última quinta-feira, a Comissão de Fiscalização do Senado foi palco de um intenso confronto entre o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Os dois debateram sobre uma grave denúncia de fraudes ocorridas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2020, que envolviam descontos indevidos aos segurados. A discussão acalorada evidenciou as responsabilidades e falhas em meio à investigação sobre irregularidades que afetam diretamente os beneficiários do sistema previdenciário.

Durante a audiência, Wolney Queiroz trouxe à tona um episódio em que um servidor do INSS denunciou à Polícia Federal a ocorrência de fraudes relacionadas aos descontos nas aposentadorias e pensões. O ministro questionou Moro, que na época ocupava o cargo de ministro da Justiça, sobre sua atuação frente a essas denúncias, ressaltando que elas já eram do conhecimento das autoridades competentes desde 2020. “Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, indagou Queiroz.

Moro, por sua vez, não se aquietou diante da provocação. Ele respondeu de forma contundente, salientando que nunca recebeu informações sobre essas irregularidades durante seu mandato. “Os fatos nunca foram informados a mim como foram informados a Vossa Excelência expressamente na reunião lá em 2023. Se alguém se omitiu aqui, foi Vossa Excelência nessa apuração”, retrucou o senador, fazendo uma crítica direta à falta de comunicação entre os órgãos envolvidos.

A sessão ainda contou com a manifestação de senadores da oposição, que se mostraram favoráveis à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar mais a fundo as irregularidades no INSS. Embora o ministro Wolney tenha se mostrado pessoalmente favorável à proposta, expressou preocupação de que a criação da CPMI possa, de alguma forma, atrasar as investigações em curso ou prolongar o processo de ressarcimento das pessoas afetadas por esses descontos indevidos. A discussão se mostra emblemática não apenas pela gravidade das denúncias, mas também pelas implicações políticas que envolvem a responsabilidade dos gestores públicos na proteção dos direitos dos segurados previdenciários.

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