Ministro da Previdência é convocado a esclarecer escândalo de descontos indevidos no INSS que afeta milhões de aposentados e envolve investigações da Polícia Federal.

Em uma audiência crucial marcada para esta quinta-feira, 15 de maio, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, terá a responsabilidade de esclarecer as investigações em torno de um escândalo que afeta diretamente milhares de aposentados no Brasil. O foco é um esquema de descontos indevidos praticados pelo Instituto Nacional da Previdência Social (INSS), que, sob sua coordenação, gerou enormes prejuízos financeiros a uma parcela significativa da população.

A situação chegou a esse ponto após uma série de reportagens investigativas que começaram a ser veiculadas em dezembro de 2023, revelando um esquema fraudulento em que entidades registradas em nome de “laranjas” estavam realizando cobranças indevidas das aposentadorias. Isto culminou na atuação da Polícia Federal, que, no último dia 23 de abril, lançou a chamada Operação Sem Desconto para desmantelar essa prática.

A comissão de Fiscalização e Controle do Senado buscou inicialmente a presença de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, que acabou deixando o cargo em meio ao escândalo. Wolney, que já tinha um histórico como secretário-executivo da Previdência durante a gestão de Lupi, foi nomeado por Lula para liderar a pasta em um momento delicado para o governo.

A investigação gerou um acirrado debate político entre a oposição e o governo atual. Críticos ao governo Lula argumentam que houve uma falha de supervisão que possibilitou que as fraudes se proliferassem, causando danos que já somam cifras bilionárias. Em contrapartida, aliados do governo ressaltam que, durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro, a autorização para que muitas das entidades investigadas realizassem esses descontos havia sido efetivamente concedida, o que complicaria a atribuição de responsabilidades.

Estudos divulgados recentemente apontam para um aumento alarmante no faturamento com esses descontos, que saltou de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões mensais, perfazendo um total anual que ultrapassa R$ 2 bilhões. Isso se deu apesar de que mais de 62 mil processos judiciais já tenham sido movidos por aposentados que alegam fraudes nas cobranças. A audiência de hoje poderá elucidar não apenas os desdobramentos do caso, mas também as responsabilidades que permeiam este complexo cenário de fraude e desvio de recursos na Previdência Social.

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