A investigação revelou que os policiais rodoviários recebiam propina para permitir a passagem das carretas carregadas com cigarros contrabandeados de forma ilícita. Além disso, os agentes chegavam a escoltar os veículos para evitar abordagens pela Polícia Militar. Todos os agentes envolvidos foram afastados de suas funções e tiveram seus bens confiscados, incluindo joias, documentos e até mesmo uma BMW apreendida na casa de um dos acusados.
Em conversas interceptadas pela Polícia Federal, os criminosos mencionaram o envolvimento de “Tio” nas atividades ilícitas, autorizando a passagem das carretas e até mesmo enviando viaturas da PRF para auxiliar os contrabandistas. As investigações apontaram que os agentes policiais não apenas se omitiam em seu dever público de reprimir práticas criminosas, mas também atuavam a favor delas.
Esta não foi a primeira vez que Moacir Ribeiro da Silva Netto esteve envolvido em atividades ilegais. Em 2019, ele foi preso na operação Trunk, juntamente com outro agente da PRF, Alaércio Dias Barbosa, que teve sua aposentadoria cassada na mesma data da demissão de Netto. A quadrilha começou a ser investigada em 2018, após a apreensão de um caminhão com grande quantidade de cigarros contrabandeados, culminando em diversas prisões e apreensões.
Netto e Barbosa respondem a processos por improbidade administrativa e contrabando ou descaminho. As investigações continuam, aguardando o desfecho dos processos judiciais para avançar. A atuação criminosa dos agentes da PRF na “Máfia do Cigarro” trouxe à tona a corrupção dentro da corporação e a fragilidade do sistema de segurança nas rodovias federais do Brasil.