Essas palavras contrastam com os comentários do chanceler alemão, Friedrich Merz, que, em um discurso recente, fez comparações depreciativas entre o Brasil e seu país ao afirmar que “todos os jornalistas alemães estavam contentes por regressar para casa” após a conferência. Merz definiu Belém como um lugar onde, segundo ele, ninguém desejaria prolongar sua estadia, o que gerou críticas e discórdias, especialmente dada a importância do evento para a luta contra as mudanças climáticas.
A declaração de Merz foi feita durante o Congresso Alemão do Comércio, nos dias que sucederam sua visita a Belém, onde participou das negociações que prepararam a COP30. Em meio à sua descrição negativa da capital paraense, o chanceler ponderou que a Alemanha é um dos “lugares mais bonitos e livres do mundo”, evidenciando uma aparente falta de sensibilidade em relação às realidades e potencialidades da Amazônia.
Por outro lado, Schneider, que pertence ao Partido Social Democrata (SPD), mostrou-se solidário ao Brasil e repudiou a visão de seu líder. Além disso, o ministro reafirmou o compromisso da Alemanha com a preservação ambiental, evidenciado pela promessa de uma contribuição significativa para o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um projeto ambicioso que visa arrecadar US$ 10 bilhões para a conservação da natureza. Schneider confirmou que o apoio alemão será oficializado em breve, e essa iniciativa já conta com o respaldo de outros países comprometidos com a causa ambiental.
O TFFF é uma estratégia brasileira que busca canalizar recursos para a preservação ambiental, com ênfase em economias emergentes. Assim, enquanto Merz expressou seu descontentamento em relação à experiência na Amazônia, Schneider se posicionou de maneira contrária, mostrando que existem diferentes narrativas sobre o Brasil e sua contribuição para a luta global contra as mudanças climáticas. Essa dinâmica revela tensões dentro da política alemã e sua interação com uma agenda ambiental tão crucial para o futuro do planeta.
