Ministra de Segurança argentina nega conhecimento sobre entrada de brasileiros foragidos e descarta pedido de extradição do Brasil

Autoridades argentinas negam conhecimento sobre entrada de foragidos brasileiros após ataques

A ministra de Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich, fez declarações afirmando que o governo argentino não possui informações sobre a entrada de brasileiros considerados foragidos em território argentino, em relação aos ataques de 8 de janeiro de 2023, e também não recebeu nenhum pedido de extradição por parte do Brasil. Esta afirmação surge após a Polícia Federal brasileira apontar que mais de 60 brasileiros condenados ou investigados pelos ataques estariam foragidos no país vizinho.

Durante uma entrevista à rádio argentina Mitre, a ministra Bullrich ressaltou que, até o momento, não existem alertas vermelhos ou informações que indiquem a presença dessas pessoas em território argentino. Ela explicou que, para solicitar a extradição de indivíduos, é necessário que haja um motivo judicial válido ou algum tipo de alerta que justifique o envio dessas pessoas de volta ao país de origem. Bullrich salientou que, atualmente, a extradição é vista mais como uma propaganda do que como um fato jurídico concreto.

Segundo as investigações da Polícia Federal, os foragidos teriam deixado o Brasil rumo à Argentina, alegando perseguição política e buscando refúgio na Comissão Nacional para os Refugiados do Ministério do Interior argentino. Eles pretendiam obter autorização para permanecer temporariamente no país, com direito a moradia, trabalho, estudo e acesso aos serviços públicos.

Na semana seguinte, devem ser encaminhados pedidos de extradição ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional e, em seguida, ao Supremo Tribunal Federal. Os nomes dos foragidos também devem ser incluídos na rede de capturas da Comunidade de Polícias das Américas.

A megaoperação realizada na quinta-feira, 6, visando capturar 208 condenados ou investigados pelos ataques aos Três Poderes em Brasília revela a gravidade do caso. Os alvos da operação descumpriram medidas judiciais e tentaram evitar a aplicação da lei. A Polícia Federal possui informações de que alguns foragidos buscaram refúgio junto ao governo de Javier Milei, aliado de Jair Bolsonaro.

As investigações apontam que os brasileiros podem ter ingressado na Argentina de diversas formas, incluindo a travessia a pé ou de carro pela fronteira, alegando perseguição política. A situação levanta questionamentos sobre a segurança nas fronteiras entre os dois países e a eficácia dos mecanismos de controle migratório.

Portanto, o caso dos foragidos brasileiros em território argentino continua sendo motivo de preocupação e atenção por parte das autoridades argentinas e brasileiras, enquanto as investigações e operações para capturá-los prosseguem. A cooperação entre os países vizinhos se torna essencial para resolver essa situação complexa e garantir a aplicação da justiça.

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