Ministério Público Investiga Vereadores de Campinas por Suposta Propina em Construções em Áreas de Preservação Ambiental

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está investigando um grupo de seis vereadores e ex-vereadores de Campinas por suspeitas de corrupção, especificamente o recebimento de propina para facilitar a aprovação de construções em áreas de preservação ambiental. O inquérito foi desencadeado por uma denúncia anônima que sugere que esses políticos receberam dinheiro para incluir uma emenda em uma proposta legislativa, que culminou na Lei Complementar 295/2020. Essa lei regula o parcelamento, ocupação e uso do solo nas áreas de proteção ambiental do município.

Entre os acusados, estão os vereadores Zé Carlos e Permínio Monteiro, ambos do PSB, que estariam à frente do esquema. Outros vereadores envolvidos são Edison Ribeiro (União Brasil), Filipe Marchesi (PSB), além dos ex-vereadores Jorge Schneider (PL) e Fernando Mendes (Republicanos). A apuração ganhou corpo após a denúncia ser encaminhada à Polícia Federal, que considerou as alegações gravemente preocupantes, evidenciando um possível esquema de corrupção dentro do Legislativo municipal.

O inquérito revelou que a emenda sob suspeita poderia permitir a ampliação urbana das áreas adjacentes às regiões de preservação, um ato classificado como “crime ambiental” por alguns denunciantes. Porém, a Polícia Federal determinou que a questão não envolvia crimes federais, decidindo, então, encaminhar a apuração para as autoridades estaduais.

Recentemente, os vereadores foram convocados para prestar esclarecimentos, mas até o momento, a investigação não avançou significativamente. Todos os investigados negaram as acusações, afirmando que nunca receberam propinas ou vantagens indevidas em troca de suas ações legislativas. Edison Ribeiro, por exemplo, afirmou que só tomou conhecimento da situação a partir de sua convocação, e que não faz parte da comissão responsável pela emenda.

Zé Carlos, em sua defesa, acredita que a denúncia é fruto de ataques políticos e se disse disposto a colaborar com as autoridades para esclarecer sua inocência. Jorge Schneider também rebateu as acusações, afirmando que a emenda em questão teve ampla discussão em audiência pública e lamentando que esse tipo de situação seja utilizada para fins políticos.

A complexidade do caso e as implicações éticas envolvendo o legislativo de Campinas exigem uma investigação minuciosa para assegurar que a verdade prevaleça e que a integridade das instituições públicas seja preservada.

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