Ministério Público Federal Denuncia 36 por Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo em Esquema de Cigarros Falsificados no Rio de Janeiro



A Operação Libertatis, realizada pela investigação do Ministério Público Federal, revela um esquema de produção de cigarros falsificados no Rio de Janeiro, que envolve também a exploração de mão de obra escrava. As apurações indicam que uma das empresas de fachada vinculadas ao grupo criminológico movimentou impressionantes R$ 70 milhões em apenas 10 meses no ano de 2020.

Com a denúncia de 36 pessoas ligadas à operação, ficou evidenciado que a movimentação financeira se deu por contas bancárias e, significativamente, por transações em dinheiro vivo. Os dados apurados mostram que os integrantes do grupo operavam de maneira estruturada, divididos em núcleos com funções específicas. A utilização de empresas de fachada tinha como principal objetivo desviar a atenção das autoridades, com emissão de notas frias e lavagem de dinheiro.

O perfil dos envolvidos é alarmante; trata-se de um grupo armado e transnacional, dado que uma parte considerável de seus produtos ilícitos se destina ao exterior. A investigação se desenrola sob a coordenação da Unidade Nacional de Enfrentamento ao Tráfico Internacional de Pessoas e ao Contrabando de Migrantes, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado.

As investigações foram desencadeadas por denúncias sobre a utilização de mão de obra escrava em fábricas clandestinas de cigarros, que operavam em pelo menos três endereços em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e Paty do Alferes, na região serrana. A Justiça Federal já recebeu as acusações, tornando os denunciados réus. Entre os implicados está Adilsinho, um notório bicheiro que se encontra foragido. Em março, a Polícia Federal prendeu Luis Verdini, seu braço direito, que atuava como gerente administrativo de uma das empresas fachada.

Os réus são acusados de crimes variados, que vão desde organização criminosa até tráfico de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, contrabando e falsificação de documentos.

Os investigadores descobriram que o grupo se estruturava em núcleos que incluíam líderes do esquema e gerentes de fábricas, além de um traficante responsável por aliciar trabalhadores paraguaios, que eram trazidos sob falsas promessas de emprego. Durante as apurações, foram encontrados 49 trabalhadores em condições degradantes, evidenciando o crime de tráfico de pessoas. Esses trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas e tinham sua liberdade de locomoção restrita, caracterizando uma grave violação de direitos humanos.

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