De acordo com o parecer assinado pelos procuradores regionais dos direitos do cidadão Julio José Araujo Junior, Jaime Mitropoulos e Aline Mancino da Luz Caixeta, a iniciativa do banco ainda não atende ao propósito da reparação, pois é limitada no tempo e não enfrenta problemas estruturais. O MPF cita que é fundamental ir além de um simples pedido de desculpas e sugere a criação de uma plataforma de pesquisas sobre o tema, o financiamento de projetos que resgatem a história e a produção de material didático para ampla divulgação.
Além disso, o MPF destaca a importância de uma constante reflexão por parte do BB em relação aos processos de recrutamento, treinamento, orientação e posições de liderança, como parte do esforço de reparação. Diante disso, o MPF abriu um processo de consulta pública sobre o tema, dando à sociedade a oportunidade de contribuir com sugestões, e concedeu um prazo de 20 dias para que o BB se manifeste.
Apesar de considerar o pedido de desculpas um avanço, o MPF enfatiza a necessidade de medidas mais abrangentes e estruturais para a reparação do dano causado pela participação do BB na escravidão. O inquérito civil para apurar o envolvimento do banco com o tráfico de pessoas negras escravizadas no século 19 ainda está em andamento, e o MPF está atento aos desdobramentos deste caso.
Dessa forma, a resposta do MPF ao pedido de desculpas do BB revela a importância de medidas efetivas e abrangentes para reparar os danos causados pela escravidão, demonstrando que a reparação vai além de um simples gesto de desculpas. A atuação do MPF visa garantir que a reparação seja completa e que medidas estruturais sejam tomadas para enfrentar o legado da escravidão de forma integral.