Segundo o laudo, as casas da comunidade estão a uma perigosa distância de até 28 metros das plantações da empresa. As informações levantadas incluem entrevistas com os trabalhadores, registros audiovisuais e fotográficos, assim como a análise de documentos pertinentes. Além disso, outro laudo indicou que os funcionários da ACP Bioenergia também estão sujeitos ao uso inadequado de agrotóxicos. Um dos casos destacados é de um motorista da empresa responsável pelo preparo e carregamento da calda de agrotóxicos na aeronave, sem acesso a banho para minimizar possíveis contaminações.
A falha no treinamento de trabalhadores responsáveis pela manipulação dos agrotóxicos também foi apontada, assim como a ausência de sinalização adequada nas áreas de uso desses compostos químicos. A ACP Bioenergia, que possui nove polos produtivos espalhados pelo Brasil e que produziu três milhões de toneladas de cana-de-açúcar na última safra, tem unidades em Mato Grosso do Sul nos municípios de Brasilândia, Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante.
Até o momento, a empresa ainda não se pronunciou sobre o assunto. O Ministério Público do Trabalho permanece atento às questões levantadas e aguarda uma posição da ACP Bioenergia. Enquanto isso, a preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores e comunidades afetadas pelas práticas de pulverização de agrotóxicos continua sendo uma pauta relevante e urgente.