Ministério Público de São Paulo pede esclarecimentos à Polícia Científica sobre irregularidades em perícias criminais em diversas cidades.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está investigando denúncias de violações de cenas de crime por policiais civis em diversas cidades do estado. Segundo informações levantadas pelo Sindicato dos Peritos Criminais de São Paulo (Sinpcresp), os policiais estariam realizando perícias de forma irregular e produzindo laudos sem validade legal.

O Sinpcresp enviou um ofício ao Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública (Gaesp) do MPSP, apontando que a Polícia Civil estaria agindo contrariamente à lei, alterando o local das ocorrências antes da chegada dos peritos criminais. Um exemplo citado pelo sindicato é um laudo pericial feito por um policial civil sobre um furto a residência em Tupã, onde o servidor afirmou que a perícia oficial não foi acionada e o local não estava preservado.

De acordo com a legislação vigente, a realização de perícias criminais é atribuição dos peritos do Instituto de Criminalística (IC), vinculado à Superintendência de Polícia Científica. Somente na falta de peritos oficiais, pode-se recorrer a profissionais com formação na área específica do exame. O presidente do Sinpcresp alertou que laudos emitidos nessas condições podem levar à anulação de processos criminais.

As denúncias de violação de cenas de crime foram enviadas à Secretaria da Segurança Pública desde 2019, mas até o momento não houve manifestação do órgão. O Instituto de Criminalística também não respondeu aos questionamentos do sindicato. Os promotores do Gaesp solicitaram esclarecimentos ao superintendente da Polícia Técnico-Científica sobre as medidas adotadas diante das suspeitas.

A Polícia Civil, por sua vez, afirmou que atua de acordo com a legislação em vigor e que o uso de profissionais de papiloscopia ocorre apenas para a análise de impressões digitais. O caso específico em Tupã está sob investigação pela Corregedoria, que tomará medidas caso irregularidades sejam constatadas.

A situação permanece delicada, com o MPSP e o Sinpcresp aguardando respostas e providências por parte das autoridades competentes para garantir a integridade das perícias criminais e a validade dos laudos produzidos.

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