A decisão da Justiça espanhola se deu após a Promotoria de Crimes e Ódio de Barcelona analisar o material apresentado e concluir que as falas proferidas pelos investigados não constituíam um crime de incitação de ódio. De acordo com o comunicado oficial, as expressões utilizadas não foram precisamente esclarecidas, o que impossibilitou a identificação exata dos termos ofensivos.
Mesmo assim, as autoridades destacaram que os insultos, apesar de ofensivos, não provocaram um “efeito de convocação” no público presente no estádio, nem levaram à suspensão da partida. As imagens do estádio foram usadas pela Polícia da Catalunha para identificar três possíveis autores dos cânticos racistas, sendo que um deles era menor de idade e foi investigado separadamente.
Além das gravações, o processo contava com depoimentos de testemunhas e do próprio Vinicius, que prestou declarações sobre o ocorrido em janeiro deste ano. Apesar de o Ministério Público ter decidido arquivar o caso, ele foi encaminhado ao Gabinete para a Igualdade de Tratamento e Não Discriminação, que poderá instaurar procedimentos disciplinares contra os torcedores do Barcelona identificados.
Ainda que a decisão final tenha sido de não dar seguimento ao caso na esfera judicial, a discussão sobre o combate ao racismo no futebol e na sociedade como um todo permanece em pauta. O arquivamento do processo levanta questionamentos sobre a efetividade das punições em casos de discriminação e injúria racial, reforçando a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir tais comportamentos nos estádios e em qualquer outro ambiente.