O aumento de casos de dengue está associado a diversos fatores, como a introdução de novas versões do vírus no país e o impacto das mudanças climáticas. De acordo com especialistas, o arrefecimento de medidas de controle do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, também contribui para o crescimento dos casos.
Um aspecto preocupante é que novos sorotipos do vírus da dengue estão circulando simultaneamente, impactando uma população que estava há muito tempo sem contato com a doença. Esse cenário aumenta a susceptibilidade das pessoas e amplia o risco de infecção. Além disso, as mudanças climáticas estão contribuindo significativamente para a proliferação e maior atividade do mosquito, tornando a dengue mais disseminada em regiões que antes não eram afetadas.
A campanha de vacinação contra a dengue iniciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um ponto positivo, porém, seu impacto na redução dos casos e mortes causados pela doença ainda será demorado. A vacinação deve atingir jovens de 10 a 14 anos em 521 cidades selecionadas devido à maior carga da doença. No entanto, o número de vacinas disponíveis é limitado e a aplicação da segunda dose está prevista para maio, o que significa que a proteção individual e coletiva ainda demorará a surtir efeito.
Apesar da expectativa de que o cenário de aumento dos casos de dengue em 2024 seja cíclico, com possibilidade de melhora no ano seguinte, as projeções atuais mostram um avanço antecipado que não havia sido observado em anos anteriores. Diante desse quadro, é essencial que medidas eficazes de combate ao mosquito transmissor e estratégias de prevenção sejam implementadas com urgência para conter o avanço da doença e proteger a população.