Ministério da Defesa e GSI não possuem imagens de encontros de hacker com Bolsonaro e militares, alegando “capacidade limitada de armazenamento”.



O Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informaram à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI do 8 de janeiro) que não possuem as imagens dos dias em que o hacker Walter Delgatti teria ido à sede da Defesa e ao Palácio da Alvorada. O motivo apresentado foi a “capacidade limitada de armazenamento”.

A CPI solicitou as imagens das câmeras de segurança desses locais entre os dias 1º de julho e 31 de dezembro de 2022. Delgatti relatou à comissão que, nesse período, teve um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro na residência oficial da Presidência e que, posteriormente, participou de cinco reuniões com técnicos militares na sede da Defesa.

Delgatti está detido pela Polícia Federal (PF), sendo acusado de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de fazer parte de um plano para tentar invadir as urnas eletrônicas e expor vulnerabilidades no processo eleitoral do ano passado.

No documento enviado à CPI, o Ministério da Defesa explicou que o prazo de armazenamento do conteúdo das câmeras de segurança é de apenas 30 dias. Após esse período, os arquivos são apagados para dar espaço aos novos arquivos. A pasta ainda destacou que essa “limitação” está em processo de redução, devido à quantidade e qualidade das imagens, que estão consumindo mais espaço de armazenamento, exigindo reinícios do sistema a cada 15 ou 20 dias.

Já o Gabinete de Segurança Institucional explicou que as imagens só ficam disponíveis por um período de “doze a catorze dias”. Segundo o órgão, essa limitação se deve a variáveis como a quantidade de câmeras existentes, a qualidade das imagens e a capacidade de armazenamento do sistema.

O ministro da Defesa, José Múcio, confirmou anteriormente que Delgatti esteve no prédio e declarou que pretende abrir uma sindicância para apurar a responsabilidade dos militares com quem o hacker se reuniu.

Em relação ao encontro com Bolsonaro, Delgatti afirmou à CPI que o então presidente lhe solicitou que fizesse um grampo clandestino contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o orientou a ir ao ministério da Defesa.

Por sua vez, o ex-presidente negou ter feito esse pedido a Delgatti, mas não desmentiu a reunião. A defesa de Bolsonaro entrou com uma queixa-crime contra o hacker por calúnia.

A falta das imagens por parte do Ministério da Defesa e do GSI gera questionamentos sobre a transparência na investigação dos fatos, uma vez que as câmeras de segurança são ferramentas fundamentais para elucidar a presença de Delgatti nos locais mencionados. A ausência dessas evidências pode dificultar o avanço das investigações e levantar dúvidas sobre a veracidade dos relatos do hacker e das autoridades envolvidas.

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