Ministério da Agricultura adia prazo para identificação de ovos vendidos a granel, devido à pressão do agronegócio e política.

Em meio à pressão do agronegócio e de setores da classe política ligados ao setor, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decidiu adiar o prazo para a identificação de ovos vendidos sem rótulo, a granel ou em bandejas abertas com um carimbo na casca contendo a data de validade e o número de registro do estabelecimento produtor.

A exigência inicialmente estabelecida em setembro de 2024, com a vigência prevista para seis meses depois, ou seja, 4 de março de 2025, agora só será obrigatória a partir de 4 de setembro deste ano. A decisão de adiamento foi tomada após intensas negociações com representantes do setor e parlamentares que argumentavam sobre a necessidade de mais tempo para a adaptação das empresas.

No ano passado, o Ministério da Agricultura e Pecuária já havia estabelecido uma série de normas para a identificação de ovos de galinha e seus derivados, incluindo a obrigação de carimbar a casca com informações como data de validade e número de registro do produtor. Esta medida, que visa garantir a qualidade e segurança dos alimentos oferecidos aos consumidores, se aplica apenas aos ovos vendidos a granel, não incluindo aqueles em estojos ou bandejas plastificadas que já possuem a rotulagem completa na embalagem.

O ministro Carlos Fávaro destacou a importância da modernização das normas para manter a qualidade na produção de alimentos no país, ressaltando a relevância da parceria com o setor para as melhorias propostas. Além disso, o crescimento da produção de ovos no Brasil e sua importância na dieta dos brasileiros foram mencionados, tendo em vista que o país é um dos maiores exportadores de carne de frango e tem aumentado sua produção de ovos ano após ano.

Por outro lado, o aumento nos preços dos ovos tem sido um desafio para os brasileiros, com alta de até 40% desde o início do ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de uma reunião com atacadistas para discutir os preços dos alimentos, visando uma queda nos valores e o retorno do poder de compra para a população.

Diante dos desafios enfrentados no setor alimentício, incluindo questões climáticas e de mercado, a busca por soluções que garantam a segurança alimentar e o acesso a produtos de qualidade a preços justos continua sendo uma prioridade para o governo e para os agentes envolvidos no agronegócio.

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