Segundo informações do Ministério Público venezuelano, Gallo é acusado de entrar no país de forma irregular sob um pretexto sentimental, ocultando um possível plano criminoso. O procurador geral Tarek Willian Saab destacou que o militar alegou ter vindo visitar sua esposa e filho em Puerto La Cruz, no estado de Anzoátegui, onde sua família reside há sete meses para cuidar da sogra do argentino.
Apesar de cidadãos argentinos não precisarem de visto para entrar na Venezuela, Gallo obteve uma carta-convite das autoridades venezuelanas antes de viajar para encontrar sua família. Gallo, de 33 anos e sub-oficial do esquadrão 27 Uspallata, na província argentina de Mendoza, enfrenta agora acusações de terrorismo por parte das autoridades venezuelanas.
As declarações da Argentina sobre o caso de Gallo foram contundentes. O presidente Javier Milei reuniu-se com familiares do militar em uma província argentina, enquanto a ministra argentina de Segurança, Patrícia Bullrich, questionou a acusação de terrorismo, afirmando que Gallo foi para a Venezuela apenas para ver seu filho e de posse de toda a documentação necessária.
A falta de informações sobre o paradeiro de Gallo preocupa sua família e autoridades argentinas, que pressionam a Venezuela por esclarecimentos. Essa situação tensiona ainda mais as relações entre os dois países, que já foram abaladas por questões eleitorais e diplomáticas recentes. A expulsão de diplomatas argentinos após críticas à transparência das eleições presidenciais na Venezuela e o asilo de cinco pessoas da equipe da opositora Maria Corina Machado na embaixada argentina em Caracas são fatores que contribuem para a atmosfera de desconfiança.
O caso de Nahuel Agustín Gallo continua a despertar preocupações e a alimentar a tensão entre Argentina e Venezuela, deixando familiares, autoridades e diplomatas em alerta enquanto aguardam o desdobramento dos acontecimentos.