Mídias digitais e a reflexão: como a era da tecnologia influencia nossa capacidade de pensar e agir no mundo atual.

Em sua obra “Do ideal e da Glória – problemas inculturais brasileiros”, o renomado escritor Osman Lins aborda a questão da escrita e sua posição no contexto contemporâneo, marcado pela supremacia de outros meios de comunicação. Lins argumenta que a escrita, por sua humildade e discrição, acaba sendo relegada a uma posição de inferioridade, em detrimento de formas mais imediatas e privilegiadas de comunicação.

Essa condição, segundo o autor, tem impacto direto em nossa maneira de perceber o mundo e de refletir sobre a vida. A falta de apreço pela leitura afeta nossa capacidade de análise e ponderação, levando-nos a uma superficialidade trágica em nossa compreensão do mundo.

O pensamento de Umberto Eco, citado no texto, reforça a ideia de que todos, independente da idade, estão sujeitos à influência das mídias, sejam elas tradicionais ou digitais. Nos dias de hoje, somos constantemente bombardeados por informações e estímulos visuais que moldam nossa percepção de maneira muitas vezes inconsciente.

O autor também nos alerta para o uso excessivo das redes sociais, televisão e celulares, em contraste com a frequência com que nos dedicamos à leitura e à reflexão. Esta falta de equilíbrio nos deixa à mercê de uma superficialidade mental, onde não nos permitimos tempo para o silêncio e a contemplação.

Em meio a essa voragem de estímulos externos, perdemos a capacidade de pensar de forma crítica e profunda, tornando-nos cada vez mais impacientes e instáveis em nossas emoções. A reflexão, que deveria ser um exercício enriquecedor, se torna um tormento sem fim.

Diante disso, é urgente uma pausa para refletir sobre o impacto das mídias digitais em nossa vida e resgatar o hábito da leitura e da contemplação. Caso contrário, corremos o risco de perder aquilo que há de mais nobre em nossa essência.

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