Nos atos, Michelle foi recebida com entusiasmo tanto em Brasília quanto em São Paulo, onde sua popularidade cresceu consideravelmente entre os apoiadores. Essa demonstração de apoio ressoa em um contexto em que outros membros da família Bolsonaro enfrentam sérias dificuldades nos âmbitos eleitoral e jurídico. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, encontra-se inelegível, e seu filho, Eduardo Bolsonaro, está sob investigação por coação relacionada a envolvimentos em casos de tentativas de golpe.
Embora Flávio e Carlos Bolsonaro, também integrantes do clã e eleitos, estejam formalmente habilitados para concorrer a cargos, eles não apresentam a mesma capacidade de atrair a militância quanto sua mãe. Nesse panorama, a manifestação de 7 de outubro não apenas reforçou o apoio à figura de Michelle, mas também expôs a fragilidade das pressões populares sobre o Congresso, que até agora não se mostraram suficientes para forçar uma votação sobre a proposta de anistia.
Além disso, há especulações sobre uma potencial chapa que incluiria Michelle e Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo e um nome forte no Centrão. Entretanto, aliados de Freitas alertam que ele não está disposto a concorrer sem um consenso da direita em torno de sua candidatura. Michelle, por sua vez, possui a vantagem de não estar vinculada a um mandato, o que lhe permite uma maior liberdade de ação política e menos risco em caso de uma eleição frustrada.
Com o cenário se tornando cada vez mais desafiador para Jair Bolsonaro e seu círculo, a figura de Michelle se solidifica como a nova esperança do clã, especialmente se o ex-presidente insistir na estratégia de manter um familiar na corrida eleitoral. A política brasileira, marcada por reviravoltas constantes, pode, assim, encontrar em Michelle uma alternativa viável para o futuro do bolsonarismo.