De acordo com o relatório da Polícia Federal, Nigri recebeu orientação de Bolsonaro para “repassar ao máximo” os textos com ataques ao Poder Judiciário. No entanto, o empresário negou que tenha sido uma ordem do ex-presidente e que compartilhava as mensagens apenas para “fomentar o debate”.
Nigri também negou ter uma relação próxima com Bolsonaro e disse que não se lembra como o conheceu. Segundo ele, os dois tinham apenas encontros esporádicos, sendo que o único encontro na residência do empresário teria ocorrido após Nigri sair do hospital por conta da Covid-19.
No entanto, informações reveladas pelo jornal O Globo contradizem a declaração de Nigri. O empresário teria realizado encontros em seu apartamento em São Paulo para apresentar Bolsonaro à elite paulista durante a campanha eleitoral.
Apesar das declarações de Nigri, ele acredita não ter cometido nenhum crime ao compartilhar as mensagens a pedido de Bolsonaro. Segundo ele, as mensagens foram repassadas para poucos grupos fechados de WhatsApp com a intenção de promover o debate de ideias, mesmo quando não concordava com o conteúdo. Nigri afirma ainda que tem colaborado amplamente com as investigações e se colocado à disposição das autoridades.
No entanto, o empresário é investigado por suposta participação em um esquema de disseminação de mensagens ofensivas e ataques ao Judiciário. Essas mensagens teriam sido compartilhadas em redes sociais de aliados e familiares de Bolsonaro.
Diante das acusações, a possibilidade de prisão preventiva foi mencionada, mas Nigri considera que essa medida é descabida, pois, segundo ele, é reservada para quem atrapalha as investigações.
A partir da revelação do seu envolvimento na disseminação de mensagens ofensivas, a situação de Nigri pode se complicar ainda mais, e será necessária uma análise aprofundada das provas para que se chegue a uma conclusão sobre seu papel nesse caso. As investigações em torno desse esquema continuam, e mais detalhes devem surgir nos próximos dias.