Meyer Nigri admite não ter lido mensagens que repassava: declaração sobre denúncias encaminhadas por Bolsonaro.



O empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, foi apontado em um relatório da Polícia Federal por repassar mensagens do ex-presidente Jair Bolsonaro com ataques ao Judiciário. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, Nigri afirmou que nem sempre concordava com o teor das conversas compartilhadas e, em alguns casos, sequer lia o conteúdo.

De acordo com o relatório da Polícia Federal, Nigri recebeu orientação de Bolsonaro para “repassar ao máximo” os textos com ataques ao Poder Judiciário. No entanto, o empresário negou que tenha sido uma ordem do ex-presidente e que compartilhava as mensagens apenas para “fomentar o debate”.

Nigri também negou ter uma relação próxima com Bolsonaro e disse que não se lembra como o conheceu. Segundo ele, os dois tinham apenas encontros esporádicos, sendo que o único encontro na residência do empresário teria ocorrido após Nigri sair do hospital por conta da Covid-19.

No entanto, informações reveladas pelo jornal O Globo contradizem a declaração de Nigri. O empresário teria realizado encontros em seu apartamento em São Paulo para apresentar Bolsonaro à elite paulista durante a campanha eleitoral.

Apesar das declarações de Nigri, ele acredita não ter cometido nenhum crime ao compartilhar as mensagens a pedido de Bolsonaro. Segundo ele, as mensagens foram repassadas para poucos grupos fechados de WhatsApp com a intenção de promover o debate de ideias, mesmo quando não concordava com o conteúdo. Nigri afirma ainda que tem colaborado amplamente com as investigações e se colocado à disposição das autoridades.

No entanto, o empresário é investigado por suposta participação em um esquema de disseminação de mensagens ofensivas e ataques ao Judiciário. Essas mensagens teriam sido compartilhadas em redes sociais de aliados e familiares de Bolsonaro.

Diante das acusações, a possibilidade de prisão preventiva foi mencionada, mas Nigri considera que essa medida é descabida, pois, segundo ele, é reservada para quem atrapalha as investigações.

A partir da revelação do seu envolvimento na disseminação de mensagens ofensivas, a situação de Nigri pode se complicar ainda mais, e será necessária uma análise aprofundada das provas para que se chegue a uma conclusão sobre seu papel nesse caso. As investigações em torno desse esquema continuam, e mais detalhes devem surgir nos próximos dias.

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