Recentemente, os dados indicam que, apenas neste mês, o Brasil enviou ao México cerca de 10,2 mil toneladas de carne, totalizando aproximadamente 58,8 milhões de dólares (equivalentes a cerca de 318,5 milhões de reais). Em contrapartida, os envios destinados aos Estados Unidos caíram, somando apenas 7,8 mil toneladas. A tendência se confirma quando se observa que, de janeiro a julho de 2025, as exportações para o México quase triplicaram em relação ao período do ano anterior.
Apesar desse crescimento acentuado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) salienta que o mercado americano ainda é uma esfera significativa para as exportações, ressaltando a importância de não considerar o México como um substituto completo dos EUA. O presidente da ABIEC, Roberto Perosa, afirmou que a situação exige uma análise cautelosa, uma vez que o mercado dos Estados Unidos ainda representa uma fatia importante das receitas do setor.
A mudança de estratégia das exportações se intensificou após a carta do ex-presidente Donald Trump ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que apontou as tarifas como um fator de “injustiça” nas relações comerciais entre as nações. Isso motivou o Brasil a buscar novas parcerias e canais de exportação, incluindo um recente acordo com a Indonésia, que possibilitará a exportação de carne bovina com osso e produtos cárneos.
Além disso, a ABIEC informou que em julho de 2025, as exportações de carne bovina atingiram um recorde desde 1997, totalizando 313.682 toneladas e gerando uma receita de 1,67 bilhão de dólares (cerca de 9 bilhões de reais). Esse crescimento reflete a possibilidade de o Brasil adaptar suas estratégias comerciais em um contexto global dinâmico e desafiador.