México questiona Google sobre mudança de nome do golfo após decreto de Trump, que modifica designação para “golfo da América” nos Estados Unidos.

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciou em coletiva de imprensa a intenção do governo mexicano de formalizar um questionamento ao Google sobre a recente alteração do nome do Golfo do México para “golfo da América”, uma decisão imposta pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este tema repercute intensamente e envolve questões de soberania e nomeação geográfica, além de relações diplomáticas entre os dois países.

Sheinbaum destacou que a mudança no nome do golfo não é uma prerrogativa de um único país, enfatizando que o poder de nomear corpos d’água internacionais compete a instituições globais e não a decisões unilaterais de uma nação. “Estamos enviando uma carta ao Google. Suponho que o Google Maps conhece essa divisão internacional, sabe também qual organismo é responsável por nomear os mares internacionais e que, em todo caso, isso corresponderia à plataforma continental”, afirmou a presidenta, sublinhando a importância de contextualizar a situação de maneira adequada.

A controversa ordem executiva assinada por Trump estabelece um prazo de 30 dias para a implementação dessa nova nomeação, que orienta a designação oficial da área como “golfo [dos Estados Unidos] da América”, afetando uma região delimitada por vários estados americanos, incluindo Texas e Louisiana. Essa tentativa de rebatizar a região levanta questões sobre a relevância de títulos geográficos e o impacto que esses podem ter nas relações entre México e Estados Unidos.

Por outro lado, o Google informou que a mudança será refletida em sua plataforma, quando as atualizações do sistema de informações geográficas forem realizadas. A empresa especificou que mantém uma política de exibir tanto o nome oficial local quanto as denominações alternativas que variam entre os países, assegurando que os usuários de sua plataforma visualizem ambas as nomenclaturas, o que pode reduzir confusões em casos similares.

Desta forma, a resposta do governo mexicano não é apenas um pleito sobre nomenclatura, mas um reflexo da necessidade de diálogo e respeito à diplomacia entre nações, ressaltando a importância de se atentar ao fato de que a geografia é, em muitos aspectos, um componente da política internacional.

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