México Planeja Tarifar Carros Chineses em 50% Após Pressão dos EUA; Medida Visa Proteger Indústria Local e Empregos.

O governo mexicano, sob a liderança da presidente Claudia Sheinbaum, está intensificando suas medidas contra a importação de veículos chineses e de outras nações asiáticas por meio da introdução de tarifas que podem alcançar até 50%. Este movimento ocorre em resposta a um forte lobby exercido pelas autoridades dos Estados Unidos, que visam proteger e promover a indústria automotiva local.

Recentemente, o ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, protocolou um projeto de lei no Congresso que sugere o aumento de tarifas em mais de 1.400 categorias de produtos importados de países que não possuem acordos de comércio com o México. Atualmente, o imposto sobre veículos importados gira em torno de 15% a 20%, mas, caso a proposta seja aprovada, a nova taxa aplicada a veículos, motocicletas, brinquedos, além de produtos têxteis e metalúrgicos, poderá disparar para até 50%.

Entre as nações que serão diretamente impactadas por essas mudanças tarifárias estão a Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia, além da China, que tem visto o México como um importante mercado para seus automóveis no primeiro semestre de 2025. Ebrard justifica a medida como uma forma de proteger aproximadamente 325 mil empregos no setor automotivo mexicano, alegando que os produtos chineses, por serem mais baratos, têm prejudicado a competitividade das indústrias locais.

Este projeto encontra-se em um contexto mais amplo de pressão dos Estados Unidos, que vêm adotando tarifas sobre as importações e exortando tanto o Canadá quanto o México a alinharem suas políticas econômicas. Washington teme que os acordos existentes com o México possam facilitar a entrada de produtos chineses em seu território, contornando assim restrições comerciais.

Dada a consolidada maioria do partido no Congresso, espera-se que a aprovação do novo projeto não enfrente grandes obstáculos, especialmente considerando que se aproxima o prazo de revisão do USMCA, o tratado de livre comércio entre México, Estados Unidos e Canadá, que será avaliado em 2026. A aprovação desta proposta, portanto, não apenas terá implicações econômicas diretas, mas poderá também influenciar os destinos comerciais e as relações entre México e seus parceiros internacionais.

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