México reforça laços comerciais com Brasil e Canadá em resposta a tarifas impostas pelos EUA
Na busca por diversificação econômica e proteção comercial, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou na última segunda-feira que o país intensificou sua cooperação com o Brasil e o Canadá. A iniciativa é uma reação direta às novas tarifas elevadas que os Estados Unidos impuseram a produtos importados, incluindo a carne bovina brasileira.
Com essa nova abordagem, o México tem buscado fortalecer seu papel no comércio internacional, resultado de uma decisão estratégica para reduzir sua dependência dos mercados norte-americanos. Sheinbaum destacou que a cooperação bilaterial com o Brasil, com quem já foram firmados novos acordos, é um passo fundamental. Exemplificando essa mudança, a presidente citou que, em agosto, o México passou a ser o segundo maior importador de carne bovina do Brasil, atrás apenas da China, superando os próprios Estados Unidos.
As tarifas norte-americanas à carne bovina, que aumentaram de 26,4% para 50% em agosto, impactaram drasticamente as exportações brasileiras para o país vizinho. Em contraste, as vendas de carne para o México aumentaram exponencialmente. Em agosto de 2025, o Brasil exportou aproximadamente 10,2 mil toneladas de carne para o México, movimentando cerca de 58,8 milhões de dólares.
A presidente ainda comentou sobre a relação de “respeito mútuo” que o México mantém com o Brasil, ressaltando que o país apresenta um dos menores percentuais de tarifas alfandegárias em relação aos produtos mexicanos em comparação com o restante do mundo. Essa postura contrasta com a recente ameaça dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 30% sobre produtos mexicanos, o que poderia gerar mais tensão nas relações comerciais.
Neste cenário de instabilidade, Sheinbaum avisou que está programado para este mês a visita do Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, o que deve resultar em mais iniciativas para estreitar laços econômicos e comerciais na América do Norte. A movimentação do México reflete a nova realidade global em que as relações comerciais estão se redefinindo, visando sempre criar alternativas que minimizem riscos associados a tarifas e proteções econômicas.
O panorama é de que, ao diversificar suas fontes de importação e exportação, o México não apenas fortalece sua economia, mas também se posiciona como um ator estratégico no comércio internacional, preparando-se para os desafios futuros que podem surgir com as políticas protecionistas dos Estados Unidos.
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