A Bolívia, após mais de uma década de negociações, tornou-se oficialmente um membro do Mercosul, enquanto o Panamá passou a ser um estado associado, consolidando assim a expansão do bloco em direção à América Central. Este movimento é visto como uma resposta à necessidade de diversificar parcerias e proteger-se contra possíveis impactos negativos de políticas tarifárias mais restritivas adotadas pelos Estados Unidos.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comemorou a entrada da Bolívia, destacando que a união dos países dará ao Mercosul um PIB combinado próximo a US$ 3 trilhões, além de representar 73% do território sul-americano e 65% de sua população. Com a ampliação do mercado interno, a Bolívia terá acesso a um mercado de aproximadamente 300 milhões de pessoas, o que deve impulsionar sua economia e proporcionar oportunidades significativas para o desenvolvimento de indústrias e a integração das cadeias produtivas no continente.
As relações entre os presidentes Lula e Arce foram fundamentais para a finalização deste processo, especialmente em termos de projetos em infraestrutura e compartilhamento de recursos naturais, como o lítio, crucial para a indústria moderna. O interesse pela construção da “Ponte Rondon” sobre o rio Marmoré e a gestão de logísticas na hidrovia Paraguai-Paraná são exemplos de como a Bolívia está se integrando ao Mercosul de forma estratégica.
No entanto, a Bolívia terá um prazo de quatro anos para liberalizar seu comércio e adotar a Tarifa Externa Comum, um processo que já gerou dificuldades em outras adesões dentro do bloco, como foi o caso da Venezuela. Para evitar tais entraves, o Mercosul pretende garantir um diálogo contínuo e oferecer incentivos econômicos para facilitar essa transição.
Além disso, a associação do Panamá ao Mercosul é um passo importante para fortalecer laços comerciais com a América Central e melhorar as exportações. Com negociações já em andamento com outros países da região, a criação de uma rede de comércio intercontinental se torna cada vez mais plausível.
Por fim, a diversificação de parcerias do Mercosul é uma resposta clara a um cenário global em transformação, onde a estabilidade e a segurança econômica do bloco serão cruciais diante das incertezas políticas e econômicas. A nova presidência argentina em 2025 também deverá focar na consolidação desses acordos, promovendo um Mercosul mais coeso e fortalecido na arena internacional.









