Mercado financeiro sobe projeções de inflação para 2025 e anos seguintes, desancorando expectativas e elevando chances de descumprimento das metas.

O mercado financeiro apresentou um aumento nas projeções de inflação para os anos de 2025 e 2026, segundo dados do relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Essa elevação nas expectativas de inflação ressalta a falta de ancoragem, ou seja, a distância entre as projeções do mercado financeiro e a meta inflacionária estabelecida para o período relevante.

De acordo com o relatório, as projeções para a inflação deste ano foram elevadas pela 19ª semana consecutiva, com uma estimativa passando de 5,60% para 5,65% na semana atual. É importante ressaltar que a partir deste ano, a meta de inflação no Brasil é contínua, sendo apurada mês a mês. Caso o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses fique fora do intervalo estabelecido por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Para o ano de 2025, a meta inflacionária é de 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual, ou seja, com um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. No entanto, o próprio Banco Central indicou que há uma probabilidade de 50% de a meta ser descumprida neste ano, sinalizando um aumento em relação a avaliações anteriores.

Em caso de descumprimento da meta de inflação, o Banco Central é obrigado a divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando os motivos para o estouro. Isso ocorre porque a autoridade monetária tem o papel de controlar o avanço dos preços por meio da taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária a cada 45 dias.

Além disso, houve um aumento nas projeções de inflação para 2026 e uma redução para 2028, mantendo a estimativa para 2027 inalterada. Essas variações nas expectativas do mercado financeiro refletem a incerteza e a volatilidade presentes no cenário econômico atual. O relatório Focus é uma importante ferramenta para acompanhar essas projeções e entender as perspectivas para a economia nos próximos anos.

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