Menina tagarela: Flora fala sobre seu tratamento contra câncer infantil e inspira famílias a não ter medo do diagnóstico.

A pequena Flora, de apenas 9 anos, tem muito a dizer. Mesmo sendo tagarela apenas fora da escola, a menina de olhar doce e sorridente mostra sua paixão pela matemática e pelas aulas de português, redação e inglês. Em casa, devora gibis da Turma da Mônica e compartilha suas histórias sobre amigas, viagens ao Nordeste e filmes na TV. No entanto, Flora enfrenta um desafio maior do que sua idade: um tratamento para cuidar de um “dodói”, como explicam seus pais, Cris Pereira e Guto Martins.

Ambos músicos de Brasília e pais de Poema, de 15 anos, Cris e Guto entendem a importância de falar sobre o câncer infantil e de dar visibilidade ao tratamento de Flora. Os sistemas de saúde e educação públicos têm sido fundamentais na jornada da família, desde o diagnóstico do astrocitoma pilocítico que acomete a menina.

Os primeiros sinais do tumor surgiram aos seis meses, com um pequeno estrabismo no olho esquerdo. Após uma série de sintomas e investigações, Flora passou por uma cirurgia para tratar o tumor na cabeça, dando início a uma intensa jornada de tratamentos e cuidados. Atualmente, passa por um tratamento de “terapia-alvo”, que inclui medicações caras custeadas pelo plano de saúde da família.

A família decidiu compartilhar sua história nas redes sociais, criando uma página no Instagram para dividir experiências, desafios e vitórias com outras famílias que enfrentam situações similares. O casal destaca a importância de não se sentir sozinho e de viver cada momento com intensidade, mesmo diante das dificuldades.

O neurocirurgião pediátrico Márcio Marcelino, do Hospital da Criança de Brasília, enfatiza a importância do diagnóstico precoce no tratamento do câncer infantil. Ele ressalta que encontrar lesões precocemente proporciona melhores prognósticos e possibilita a definição de um tratamento mais adequado, contribuindo para a recuperação das crianças.

No caso de Flora, o médico já realizou quatro cirurgias e destaca a importância do apoio da família e da comunidade para enfrentar o desafio do tratamento. Mesmo com pouca idade e enfrentando o “dodói”, a pequena Flora ensina a todos a importância de sorrir, tagarelar e lutar a cada dia.

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