Megaoperação do Gaeco prende 69 membros do tráfico no Rio, incluindo líderes do Comando Vermelho e denúncias de tortura e homicídios em massa.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro desencadeou uma operação audaciosa que resultou na denúncia de 69 indivíduos acusados de se associarem para o tráfico de drogas, com três deles também enfrentando acusações de tortura. O principal foco da operação foi Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, uma figura proeminente na hierarquia do Comando Vermelho na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A realização dessa ação se deu após um planejamento de 60 dias, que incluiu o cerco de áreas estratégicas nas favelas, utilizadas como rotas de fuga por criminosos. O saldo final da operação foi alarmante: 113 prisões realizadas, 121 indivíduos mortos e 118 armas apreendidas, marcando um dos episódios mais sangrentos da história do estado.

Edgar Alves, o Doca, é descrito como o líder máximo do Comando Vermelho no Complexo da Penha. A denúncia aponta que ele orquestra as atividades criminosas da facção, desde o gerenciamento da logística do tráfico até a autorização de execuções dentro do grupo, demonstrando um controle absoluto sobre seus subordinados.

O envolvimento de Doca em homicídios é alarmante, incluindo crimes hediondos como o assassinato de crianças. Em 2023, ele teria sido identificado como mandante da morte de profissionais de saúde confundidos com milicianos rivais. Com mais de 20 mandados de prisão emitidos contra ele, sua figura se destaca não apenas pela brutalidade, mas também pela capacidade de operar com um sistema organizado e mortal.

A operação também visou figuras de destaque como Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala, e Carlos da Costa Neves, o Gadernal, ambos intimamente ligados a Doca e envolvidos em suas atividades criminosas. O primeiro é responsável pelo tráfico em partes do Morro do Alemão e Vila Cruzeiro, enquanto o segundo gerencia as operações dentro do Complexo da Penha, facilitando a comunicação entre os membros da facção.

Mensagens interceptadas revelam uma complexa rede de coordenação, onde as escalas de trabalho e operações de tráfico são discutidas em grupos de WhatsApp. A brutalidade da facção também se mostra por meio das táticas de tortura e vigilância, com diversas imagens e vídeos que documentam as violências cometidas contra rivais e moradores.

Este caso ilustra não apenas a luta entre facções criminosas pelo controle territorial, mas também os graves desafios que o estado enfrenta no combate ao crime organizado, revelando a necessidade de estratégias mais eficazes e integradas para lidar com essas redes de violência e corrupção.

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